todos sabiam que das muitas coisas que o narciso inc. não gostava, três tinham lugar de destaque em sua infinita lista: narciso inc. nunca gostou de automóveis, sempre achou que uma coisa que se move sozinha não pode ser algo confiável, apesar de se utilizar da bondade e preguiça de seus amigos motoristas; sempre achou que o transporte coletivo bem comunista era uma forma mais digna de socializar com os mortais... narciso inc. nunca , mas nunca mesmo, suportou gente bêbada, apesar de nunca lembrar de um momento em que estivesse sóbrio pois bebia como se o mundo fosse acabar antes de esvaziar a próxima garrafa e também para anestesiar sua sensação constante e quase ininterrupta de inadequação social; sabia que não poderia esperar nada dos outros bêbados, pois bêbados adoram chorar e filosofar coisas não filosofáveis e quando não estão chorando suas dores inexistentes estão contando piadas que despertam o lado mais homicida de quem finge que ouve... narciso inc. nunca entendeu, por isso não gostava por antipatia natural, macarrão instantâneo, achava que aquela visão de imitação de comida se equiparava a jogos de computador, ou seja, uma maneira cruel de se provar que é um idiota e que seus dias foram achados no lixo; e isso o irritava muito como quase todas as coisas que existem...
narciso inc. saiu da festa porque não suportava mais ouvir as pessoas perguntando se seus personagens existiam realmente e se as conversas fiadas da festa se transformariam em próximas postagens, porque as pessoas não conseguem deixar passar a oportunidade de ficar quietas e querem que um dia o narciso inc. lembre que falou com elas na festa, como se isso fosse uma possibilidade válida... entraram no carro os seguranças contratados pelos organizadores da festa, uma vadia que o narciso inc. se encantou na saída da festa e o motorista contratado para levar a vadia embora depois que o narciso inc. desse um cansaço nela ou se cansace dela qual viesse primeiro...
narciso inc. olhou para o painel e viu que marcava 160 Km/h e achou que seria bom abrir a janela para sentir o vento em seu rosto... abriu o vidro e sentiu o vento em seu rosto e imediatamente fechou porque já tinha se cansado de sentir o vento em seu rosto e talvez essa tenha sido a última sensação de prazer que sentiu... olhou para o painel e viu que ainda estavam com a mesma velocidade e não pensou nada ha respeito disso e talvez isso foi a última coisa que o narciso inc. pensou... desviou seu olhar para ver o que via o motorista e viu um farol azul que fez suas pupilas dilatarem e talvez isso foi a última coisa que o narciso inc. viu...
os dois carros se fundiram em uma escultura de ferro retorcido matando apenas o narciso inc. pois era o único que usava cinto de segurança enquanto os outros ocupantes do carro voaram pelas janelas ficaram em coma e estão bem hoje em suas cadeiras de rodas, mas isso não é importante porque foi o narciso inc. quem morreu...
enquanto fazia a passagem da vida carnal para a história narciso inc. viu que quem o matou foi um motorista japonês bêbado que perdeu o controle do carro e atravessou para a pista contrária enquanto mordia um cheeseburger e pensou com alguma surpresa que não lembrava mais porque não gostava de macarrão instantâneo e em como ficaria horrível em seu velório de costume preto e com a cara desfigurada e isso o entristeceu... narciso inc. sempre achou que sair mal na foto era uma das impossibilidades da vida.
as duas garotas de tras são umas tesudas!!!!!!!!!
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