20100106

nArCiSo InC. # 17 sete sete sete

tentava usar o subconsciente como inspiração para escrever o filme e todo ele era um jogo de estourar bolinhas coloridas e uma nódoa de banana e isso não me servia de nada... então tentei sonhar que era velho e morria de velhice se isso for alguma doença, como se isso fosse possível, cada coisa absurda que está guardado no lado esquerdo da cabeça... mas no lado direito eu estava em Roma para gravar um filme do david cronenberg com a juliane moore e umas outras pessoas que nunca vi ou esqueci o nome e disse que a fotografia seria mais adequada se usassem luz natural naquela demolição branca, fomos para o hotel e eu e meu irmão que era o Wilson saímos para o saguão e rendemos duas mulheres que estavam num carro forte e roubamos o dinheiro que elas estavam transportando para um chefe com cara de açougueiro... colocamos os maços de dinheiro no envelope prateado do meu irmão e eu fiquei com o meu envelope prateado apenas com as falas de alguém para despistar todo mundo e voltamos para dentro do hotel para fugir da polícia ( deveria ter fugido para a rua... mas as coisas devem acontecer por um motivo que não compreendemos) disse para meu irmão que deveríamos nos separar e nunca mais o vi, só no Marrocos eu acho... corri pelos corredores enquanto os policiais procuravam por nós, sentei em um sofá onde os seguranças do hotel tomavam café em uma garrafa térmica azul e sentei em cima do envelope porque eles poderiam estar me procurando também para ganhar a recompensa... dei uma volta por um lugar estranho do hotel que era o mesmo lugar do saguão e fui para a rua olhando para trás e ninguém me via mas sempre estava tocando wish you were here na versão do radiohead... andei bastante pelas rua de Roma e percebi que não tinha dinheiro e queria tomar café porque passei em frente a um bar que os caras tomavam cerveja em copos de lata de azeite de oliva... um velho com um envelope pardo maior que o meu perguntou se eu queria uma grana emprestada para tomar cerveja na lata de azeite de oliva como se ele soubesse que eu não tinha grana mas meu irmão tinha...ele conversou alguma coisa sobre tração animal e tirou do envelope várias carteiras para embarcar em navios... fiquei muito feliz porque a minha carteira marítima estava no meu bolso e isso passava a impressão que ele era uma pessoa confiável... eu não disse nada sobre nada o tempo todo e ele disse que me levaria ao hotel porque eu não saberia voltar e era muito longe... fomos andando e conversando em polonês, mas lembrei que não falava polonês e foi engraçado porque ele falava e eu respondia em polonês ao longo de várias ruas e depois nem sabia o que falei... depois conversávamos em latim e eu não gostei porque lembrei que não gosto de quem escreve ou cita em latim porque é pedante; e era sempre a mesma coisa em várias línguas e depois nem sabia o que estávamos falando mas era como se soubesse... então ele desapareceu quando coloquei a mão na boca para tossir e pensei que não deveria parecer educado porque ia ficar perdido... mas o caminho para o hotel era uma grande reta que nunca chegava e eu estava ficando entediado e resolvi olhar para os lados para marcar as ruas porque nunca olho para o lado quando ando e isso poderia ser uma coisa que me salvasse... todas as ruas as da direita e da esquerda estavam cheias de pessoas e animais que estavam felizes e pareciam um espetáculo de circo as ruas da direita e de teatro as da esquerda e isso me deixou uma boa lembrança de Roma... voltei para o hotel e já tinham esquecido do roubo...mas o hotel faliu e era agora uma pensão com quartos velhos e mofados que desprendiam reboco da parede e tinham varais de roupa pendurados em cima da cama que era uma tábua de passar roupa com um cobertor daqueles que penicam... um cara do quarto ao lado que parecia se lembrar do assalto mas não parecia querer me denunciar talvez porque todos os envolvidos já eram velhos demais ou estavam mortos disse que se eu corresse ainda daria tempo de encontrar meu irmão e que o dinheiro ele tinha deixado guardado em baixo do fogão de lenha do quarto e esperava para eu dividir porque eu era mais justo e sabia fazer contas com vírgula, mas ele nunca apareceu ou eu nunca mais encontrei porque o hotel nem era em Roma era em Bari... de um modo ou de outro para dar certo o plano eu teria que lembrar de tudo e fazer o filme mas não conseguia lembrar porque não tinha uma caneta e um papel para anotar ou eu estava com preguiça e confiava demais em minha memória fotográfica com leitura dinâmica e os dias passaram e fui fazer outras coisas que eu julguei mais importantes e sempre a frase que se repetia no final era: qualquer objetivo, por mais tolo que pareça , sempre será um objetivo.

Um comentário:

  1. ..q sonho mais doente(contou-me q foi um sonho..ou melhor,mais um deles)....páre de usar coisas antes de deitar-se,meu amigo..

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