no início as pessoas não se amavam porque também nem precisava elas eram elas e estava tudo certo então inventaram as filas para organizar as coisas que na verdade estava até bom como estava mas você não pode interromper o espírito da inovação e empreendedorismo senão você é reacionário e tem medo do desconhecido e vai causar sérios danos e traumas cumulativos nas pessoas, acabou as pessoas escolhendo as filas mais curtas para ter mais tempo para pensar qualquer merda nova e escrever essa merda toda como prova inequívoca de seu lugar no processo cultural aquele que evidencia , diziam os teóricos, o próprio significado da vida e sua justificativa; ou seja criavam processos desnecessários e acabaram por se abandonar; vieram então as obrigações e a servidão ao ponto exato em que as pessoas já não sabiam mais se elas eram elas mesmas ou uma invenção de quem não pegava fila porque se julgava nas cortes e tribunais de direito predestinados apenas a organizar e determinar a posição de cada pessoa na fila na arquibancada ou na mesa na hora do almoço. quando perceberam que a porra da fila só atravancava ao que era determinado vida das pessoas resolveram então criar a bagunça para que as pessoas não esquecessem que teriam que se amar para amar aos outros, acabou mesmo as pessoas amando apenas elas mesmas e instituindo e institucionalizando as relações ou seja nem era você quem decidia quem você comia era o processo de retorno a valores alheios a sua vontade, porque no começo antes da fila também não era bagunça era nada porque ninguém precisava de nada nem a negra graça nem a branca cafusa nem a mulata tatá. dizem que alguns animais são cegos para essa coisas.
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