Vou encontrar o dia em que não mais poderei olhar para minhas duas mãos espalmadas para o teto com essa temperatura e esse ar impregnado de fumaça de cigarro e para meu rosto que não suporta barbeadores descartáveis e meus ouvidos judiados não ouvirão mais aquelas mesmas músicas que mais parecem sessões de bruxaria de garagem, nada mais de uma nova tatuagem, nenhuma ideia para piada sobre grandes erros, do café e do cigarro apenas lembranças todas elas as boa as ruins e as que não importavam mais, nenhuma possibilidade de exonerar três pontos inadequados por incapacidade de se expressar, nem a sinfonia das pipocas explodindo na panela
E você achando que nada poderia ser pior que não sentir mais novos sabores de pescoços,que moscas pedindo atenção, que elogios despretenciosos ou escrever um conto a duas mãos um desconstruindo o outro por diversão, todas as guerras e estrelas extintas enquanto uma boca encontra a outra naquele beijo enquanto você pensava em algo para dizer após tantas coisas fluindo em seu corpo quente com batidas cardíacas e pulsações com vontade própria.
Mas não, resolveram que o enterro não poderia ter uma seleção musical com suas músicas horríveis preferidas, nem que aquela camiseta verde que você dormia era adequada para seu último traje logo ela que passou tantas coisas com você enquanto você ainda podia beber cerveja segunda-feira à tarde, contar mentiras sobre sua viagem à índia e pagar as contas sempre com um mês de atraso
Ninguém se importou que você preferia as flores grudadas na terra e não em coroas de gosto duvidoso e faixas com mensagens obrigatórias, ninguém podia chegar perto de seu corpo e carinhosamente dizer: “aê, seu malandro, se fodeu” porque não é apropriado como se em sua vida inteira alguma vez você tivesse se importado em ser coerente ou adequado às circunstâncias
Certamente alguém que você nem gostava irá se despedir e alguém que você nem conhecia irá passar maquilagem em seu rosto como se você fosse uma velha que vai para o baile da terceira idade com as amigas viúvas e aposentadas.
Mas você não vai se importar porque isso deve ser uma maneira nova de ver a vida que você nunca tinha sequer pensado que era possível.
E você achando que nada poderia ser pior que não sentir mais novos sabores de pescoços,que moscas pedindo atenção, que elogios despretenciosos ou escrever um conto a duas mãos um desconstruindo o outro por diversão, todas as guerras e estrelas extintas enquanto uma boca encontra a outra naquele beijo enquanto você pensava em algo para dizer após tantas coisas fluindo em seu corpo quente com batidas cardíacas e pulsações com vontade própria.
Mas não, resolveram que o enterro não poderia ter uma seleção musical com suas músicas horríveis preferidas, nem que aquela camiseta verde que você dormia era adequada para seu último traje logo ela que passou tantas coisas com você enquanto você ainda podia beber cerveja segunda-feira à tarde, contar mentiras sobre sua viagem à índia e pagar as contas sempre com um mês de atraso
Ninguém se importou que você preferia as flores grudadas na terra e não em coroas de gosto duvidoso e faixas com mensagens obrigatórias, ninguém podia chegar perto de seu corpo e carinhosamente dizer: “aê, seu malandro, se fodeu” porque não é apropriado como se em sua vida inteira alguma vez você tivesse se importado em ser coerente ou adequado às circunstâncias
Certamente alguém que você nem gostava irá se despedir e alguém que você nem conhecia irá passar maquilagem em seu rosto como se você fosse uma velha que vai para o baile da terceira idade com as amigas viúvas e aposentadas.
Mas você não vai se importar porque isso deve ser uma maneira nova de ver a vida que você nunca tinha sequer pensado que era possível.
hihihihi!!!!
ResponderExcluirtambém gostei deste aki...
eu sempre fico imaginando minha própria morte...inventando participantes desta tragédia..fico imagiandno minha mãe chorando e aquele ex,com cara de tacho,cheio de remorso...é bem divertido...legal sentir-se querida por todos,mesmo morta e de mentirinha!!!!