20100817

NARCISO INC. descendo o Popocatépetl sob um tapete de larvas de moscas verdes


ao dizer as coisas mais bonitas que os ouvidos podiam captar e transformar em outras coisas que se desejava, acreditava ser o bastião de uma era sem referências mas não era nada além de uma referência de reprodução que exalava um cheiro que criptografado bem direitinho podia-se ler eu só quero a parte do prazer pode ficar com todo o mais. olhou bem em seus olhos e disse: acredito realmente que jamais verei olhos como estes mesmo que procure uma vida inteira; pegou em sua mão que lembrava manteiga sem a parte ruim da manteiga para viver enfim aquela felicidade quentinha ao adentrar em seu corpo e todas aquelas outras coisas que também fazem parte do corpo porque de um modo estranho tudo acaba por interligar-se como se fosse uma coisa apenas ocupando o mesmo espaço. entendia que tudo começou na rodoviária de São Paulo quando ainda nem sabia escrever e propositalmente se perdia para pegar na mão de senhoras estranhas e ser guiado em segurança até o balcão de achados depois de perdidos. era o perfume que lembrava o café que bebia depois de jogar futebol quando estava na terceira série do ensino fundamental e ainda havia chance de mudar a sua vida para algo mais verdadeiro e agressivo e no fundo sempre soube que ao deixar suas impressões digitais estava fadado a ser descoberto nos crimes que cometeria ao longo da vida e o crime não compensa a médio e longo prazo, sempre há implicações em estar dentro de alguém de forma tão assintosa como se os escrivãos perdessem toda a pasta de seu processo ao confundir com papel para reciclar do arquivo de casos extintos sem resolução do mérito. poderia ficar um dia inteiro ou até mesmo uma vida toda lambendo aquele corpo como um cachorro com o prazer inerente a lambida que apenas os cachorros com suas línguas especialmente projetadas podem descrever, sem que se sentisse um pornógrafo de jornal de círculos restritos.
sempre poderia dizer qualquer coisa que a resposta seria sempre movida por outras vertentes alheias ao conceito semiológico ligada diretamente ao aroma do café e como os olhos se comportam ao ver do café saindo aquela fumaça sensual
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