20091221

nArCiSo InC. # 15

gaura nityananda bol madana mohana murari jaya jaya gyatri maha e algumas pessoas estranhas andam nas ruas vazias ou é o contrário... mas mesmo assim narciso resolveu deixar seu mundo seguro para viver entre os mortais e imortais. Sentou no primeiro bar que encontrou porque o bar é o melhor lugar para se assisitir um exorcismo e narciso sabia disso desde criança quando seu pai pediu para que ele comprasse uma carteira de arizona e ficasse com o troco e ele ficou...
estava olhando seu pescoço com aqueles cabelos presos por um lápis HB havia algum tempo ( dois chopps escuros para ser mais exato porque pensava em um irish coffe mas não tinha grana para o whiskey) e queria eternizar aquele momento, aquele pescoço branco que contrastava com o negro do cabelo num corpo pequeno e suficiente que se esgueirava entre as mesas e o balcão e parecia sempre estar em todos os lugares...sempre... talvez fosse seu olhar que sempre esbarrava com os olhos de peixe morto de narciso, mas talvez fosse apenas o acaso misturado com alcool que transforma tudo e todos em deuses e deusas azuis
desejei além daquele corpo um papel e uma caneta para nunca esquecer... ela veio ao meu encontro e disse: - posso te pedir uma coisa??? imaginei no mesmo instante: caneta e papel mas lembrei que era esse o meu desejo além dela... – qual o teu nome??? Já sabia que era meu olhar perdido e meu sorriso perdido lembrando que minha raquete de tenis só serve para bater o pó do tapete na sacada... – meu nome é geisiane... devo ter demorado muito tempo pensando sobre o tapete e a raquete... - quero te ver depois que acabar meu turno no caixa ( gosto de quem sabe o que quer)... tu pode me emprestar caneta e papel enquanto espero??? Ela sempre soube meu nome ou não importava... meu outro eu maispaunocú pensava apenas em escrever todo este episódio para publicar no mesmo dia ou no outro; enquanto uma garçonete avantajada gritava ao meu lado: - duas rodelas de laranja!!! Como quem xinga o vizinho que toca música trance às 04:00 quando tu chegou do buteco e quer ter menos ressaca às 06:00... não me olhou mais enquanto passava com badejas de copos sujos de espuma de cerveja e chopp, talvez porque o recado já estava dado e estavamos combinados ou ela desistiu de sair com um cara que vai ao bar para escrever sobre coisas... mas eu estava feliz e isso quer dizer alguma coisa, mesmo olhando para a menina que lavava os copos sujos como quem empilha sacos de areia para evitar que a barragem que estourou inunde sua cidade e pensando como eu escreveria isto sem parecer pedante ( não consegui, mas tudo bem...foda-se... eu poderia e de fato estava bebendo em um daqueles copos e energia negativa deve ser contagiosa, eu não sei!!!) encontrei uma amiga que foi gentil e passou a mão na minha nuca enquanto conversávamos e eu a desejei também mas não para escrever... talvez em seu corpo, mas ela estava de saida e saiu sozinha, eu acho... minha vida estava maravilhosa esperando o fim do turno e a menina do fim do turno mas a caneta não funcionou mais e isso nem foi legal e muita coisa ficou perdida nessa história... um falso sultão batia palmas pedindo atenção enquanto uma drogada de tatuagens de motivos celtas e lilith e essas paradas falava de seus sonhos sobre outras pessoas... sabia que ela era doce desde que olhei-a pelo espelho... gosto de mulheres azuis.

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