depois da festa as pessoas iam pra praça tomar banho na fonte e comer pastéis dizendo com sotaques regionais que a praça é do povo qual o céu é d'urubu e vaticinavam que seu próximo poeta nasceria no primeiro dia do bacanal porque seria também filho do vinho dos grãos da fertilidade e d'alegria enquanto a tropa dos defensores da escravidão cerceava tudo para mostrar seu pudor horários e terror as pessoas subiam nas estátuas de poliuretano e contavam o futuro como quem canta um repente pra chover e algumas mulheres da platéia pensavam que depois dessa revelação não conseguiriam mais transar com seus maridos e os maridos só pensavam em voltar pro bar porque discurso é coisa de maricas e omiquiéomi dá logo uma voadora cusdoipénopeito falanada samué quiuquéduomi o bicho não come porque paranaguela o que é indigesto. assim passaram os dias na frente da noite como carros loucos de vontade de chegar e a noite se atravessava ao dia como bicicletas desatentas até o poeta virar a porra da estátua da praça cagada de gaivota com a camisa do time que ganhou o campeonato local.
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